quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Sobre as tentativas de morte auto-inflingida

Paulo tigre tinha um problema com a sua falta de vontade e de atitude. Certa vez tentou se matar com cicuta. Na verdade, não chegou a tentar, porque não havia encontrado cicuta na cidade. Na verdade nem saiu pra procurar: alguém tinha lhe dito que não havia cicuta na cidade e ele acatou a dica. Tecnicamente, ele nem chegou a perguntar; Apenas notou o fato de que em vez nenhuma havia ouvido sequer um comentário sobre cicuta durante a sua vida.

Então mudou de idéia: asfixia por CO2, dentro da garagem. Esperou os pais irem dormir e desceu as escadas. Com a chave na mão direita, ligou o carro. Mas Paulo tigre não tinha noções de direção automobilística e não havia notado que a marcha ré estava engatada. Num solavanco veloz, o carro disparara para trás e voara até o portão, empurrando-o para fora. Com 16 anos estampados entre espinhas e penugens no rosto, não foi difícil arranjar uma desculpa melhor do que uma tentativa de suicídio para o caso.

A verdade de verdade é que Paulo não era um grande exemplo de suicida. Desde as decepções amorosas da adolescência até a descoberta da dor sexual já no fim dela (digamos que paulo tigre começou do jeito errado), havia plantada em seu coraçãozinho a semente da tristeza crônica, mas ele já havia descoberto um meio alternativo e não tão extremo de exteriorizar esta fraqueza de espírito. Ele hoje escreve bobagens num blog. Cada um com seus pobrema.

2 comentários:

Caio Jaeger disse...

eu bem que não precisaria seguir esse blog já que convivo diariamente com a pessoa que escreve nele, mas gostei da história da ré na garagem, me pareceu bastante recente...

Paulo H. disse...

A arte imita a vida e a vida é uma bosta. Não me culpem, então, pelos textos ruins.